2 - UMA ESCOLA COM CORAÇÃO, A CAMINHO DA… “TERNURA DOS QUARENTA”!

Na semana passada, abordou-se o modo como surgiu a ideia que deu origem à Escola Complementar do Til, hoje Escola da APEL. Apresentaram-se as instituições que a promoveram (Associações de Pais, Colégios católicos, Congregações religiosas, Diocese do Funchal…), no contexto da conjuntura social e política do pós-25 de abril.

Agora, nesta segunda parte do mês de julho, chegou a altura de falar de pessoas. Sim, porque, sem pessoas, as instituições ou não existem e, caso existam, não funcionam.

Já se disse que a ideia da criação de uma escola secundária, que desse continuidade à ação educativa dos colégios católicos, partiu do Colégio Infante D. Henrique, situado no Monte, que teve na respetiva Associação de Pais uma entusiasta promotora. No entanto, sem alguns dos padres que orientavam esse Colégio, a ideia não teria pulado o muro que limita os lindos parques ajardinados onde, ainda hoje, saltitam alegres crianças e irrequietos adolescentes, para regalo de quantos, sobretudo turistas, que passam no Caminho do Monte. Toda a comunidade religiosa do Colégio esteve muito envolvida neste processo, mas há que referir sobretudo dois dos seus membros que mais se evidenciaram.

historial

Começo pelo Padre ÂNGELO CAMINATI (1926-2009), de nacionalidade italiana, na altura Diretor do Colégio Infante, homem culto, dinâmico, pertinaz, hábil na condução de reuniões e no desempate de opiniões, quando havia contrastes, mesmo que, por vezes, se servisse do seu feitio nem sempre bem-humorado, quando lhe parecia oportuno. O seu contributo foi importante nesses momentos iniciais, ao ponto de ele mesmo afirmar a seu respeito: “Faço parte dos pioneiros da APEL que trabalharam com inteligência e perseverança: eu não fundei a Escola, mas, sem mim, ela não existiria". Pelo que foi e fez no Colégio do Monte e na e pela Escola Complementar do Til, recebeu a medalha de oiro da Câmara do Funchal, a 26 de junho de 1987, quando era professor e Diretor desta Escola (1984-1987).

O segundo é o Padre MÁRIO CASAGRANDE (1930-2009), também italiano, professor e educador no mesmo Colégio. A partir do momento em que foi indicado para Diretor da recém-fundada Escola Complementar do Til, mostrou-se inteligente e arguto no modo como se rodeou de pessoas sensatas e capazes de o ajudarem na organização e na orientação da Escola, e muito apreciado no seu estilo sóbrio de vida, por natureza bem disposto e com sentido de humor e dotado de um temperamento, ao mesmo tempo calmo, brando e firme. Todas estas qualidades e sensibilidades faziam dele um bom condutor de homens e mulheres – tão importante numa Escola - e um excelente educador de jovens. Para além do saber e da pedagogia, que faziam dele um conceituado professor e mestre, era “um faz de tudo”, com dotes que se revelaram importantes na hora de lançar caboucos para a implantação dos módulos prefabricados, para a montagem de salas e fabrico de apetrechos e utensílios e para o arranjo de espaços adequados ao ensino e à convivência das centenas de jovens que começariam a fazer da Escola a sua nova casa. Foi, certamente, por tudo isso que foi agraciado pelo Presidente da República, com o grau de Comendador da Ordem de Instrução Pública, a 5 de outubro de 1998.

Feita a evocação destes dois pioneiros, ambos já falecidos e que, nessa altura, faziam parte da comunidade religiosa que orientava o Colégio Infante D. Henrique, importa, agora, sublinhar outras pessoas, que muito contribuíram para o sucesso desta Escola. E diga-se, desde já, que de leigos se trata: bons pais e mães de família, gente empenhada na Igreja e na sociedade madeirense.

Assim e com toda a justiça, chegamos a outro pioneiro, ao Sr. GASTÃO FERNANDES (1932-2003), encarregado de educação, fundador e presidente da Associação de Pais e Encarregados de Educação do Colégio do Monte. O Sr. Gastão foi incansável na hora da criação da Escola Complementar do Til, conseguindo entusiasmar e arrastar consigo os companheiros da referida Associação. Foi o 1º Administrador e, mais tarde, entre 2000 e 2002, também Diretor Geral da APEL. Ao mesmo tempo que se dedicava à “sua” Escola, outros amores cultivava, numa expressão clara de doação solidária, sobretudo aos mais carecidos, como foi o caso da Aldeia da Paz, que acolhia crianças e adolescentes em situações de carência familiar, instituição de que foi Presidente. Todos estes motivos levaram o Sr. Presidente da República a atribuir-lhe a Comenda da Ordem de Mérito, que recebeu do Ministro da República para a Madeira, no dia 10 de junho de 2000. Nessa ocasião, o novo Comendador Gastão Fernandes deixou a seguinte mensagem: “Faço aqui e agora um apelo a todos os jovens da nossa terra. Não olhem apenas para o Eu, mas deem as mãos àqueles que mais precisam”.

Pois é, Sr. Gastão, a sua mensagem continua a ser pertinente para os jovens e para os menos jovens, não só numa linha de bem-fazer, como também numa perspetiva de abertura do EU ao NÓS, tão importante e imprescindível quando se trata de dar espaço à partilha de responsabilidades, para que prevaleça o bem comum.

Após a referência a estes três pioneiros, é de toda a justiça avançar para outras pessoas, que, com grande carinho e disponibilidade, se dispuseram a servir esta nobre causa, quer na hora da criação da APEL quer ao longo dos seus primeiros anos de existência.

Recorrendo a alguns apontamentos de crónica do Pe. Ângelo Caminati, é o CASAL BRÁS que é imperioso, desde logo, destacar. Ele, o Sr. José Alfredo Maldonado Brás, “topógrafo” de profissão, emprestou o seu saber à parte prática da obra: “A compra dos materiais, a construção dos pavilhões, a disposição das salas, do ginásio, do campo, dos jardins, do verde… foi tudo obra dele. Deu do seu trabalho para o bem da Escola, sem nunca receber recompensas materiais”. Bonito exemplo não só para admirar mas até… para seguir! E ela, a esposa, a Srª D. Maria de Jesus Brás: quem a conheceu, refere-a com saudade, porque a sentia como uma mãe! E como era importante, nessa altura, - mas também hoje e, se calhar, mais ainda! -, a presença de mulheres com ternura materna junto dos jovens estudantes: vamos a isso, funcionárias da APEL – docentes ou não -, e recuperemos, para os nossos dias, onde e sempre que necessário, a dedicação e a ternura da Maria de Jesus!

Vem, agora, o Dr. GRACIANO ALVES, que era um bom conhecedor de leis, sobretudo no que dizia respeito à formação de “associacões”, o qual, assim o definiu o Pe. Ângelo, era a “cabeça pensante”; foi ele que “redigiu, de raiz, os primeiros ESTATUTOS da APEL”, já como Associação Promotora do Ensino Livre, conforme decisão tomada em reunião do dia 6 de abril de 1978. Foi ainda ele quem se encarregou de dar os passos necessários para a legalização da APEL e quem assumiu a responsabilidade de organizar o ano escolar. Ao concluir a sua apreciação, o Pe. Ângelo, afirma: “Parece-me que foi tudo por boa amizade”. Bem haja!, Dr. Graciano!

Numa próxima abordagem, outras personalidades virão ao de cima, recuperando memórias que teceram a história da Escola da APEL, a nossa Escola, prestes a completar 39 anos de existência.

Datas significativas do dia 7 ao dia 14 de cada mês:

07/06/2011:
- Início das atividades da SIG’APEL (Serigrafia, Impressão e Gravação) na Escola da APEL.

08/11/1977:
- Surge a ideia da criação da APEL, numa reunião da Associação de Pais dos Alunos do Colégio Infante D. Henrique.

09/05/2008:
- Início do 1º Curso de Formação Avançada na Escola da APEL, com MBA em parceria com a Universidade Autónoma de Lisboa (UAL).

10/06/2000:
- O Sr. Gastão Fernandes, Diretor Administrativo e Financeiro e Co-Fundador da Escola Complementar do Til, recebeu o grau de Comendador da Ordem de Mérito, concedido pelo Presidente da República.

11/02/1987:
- Inauguração da 1ª Sala de Informática da APEL.

14/08/1978:
- Concessão de autorização provisória de Funcionamento da Escola Complementar do Til, primeiro nome da Escola.

Contactos

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  9050-219 Funchal
  Ilha da Madeira, Portugal

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(chamada para rede fixa nacional)

  geral@escola-apel.com

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