“Quem nem filme”, de Pedro Afonso (12º A2), em destaque no concurso #grandeideia

Realizou-se, no passado dia 17 de maio, a festa de encerramento da II edição do “Ponto e Vírgula”, suplemento do Diário de Notícias que, com a orientação da Secretaria Regional da Educação, reúne contribuições jornalísticas de alunos correspondentes das diferentes Escolas. Inclui paralelamente um concurso, intitulado #grandeideia, que visa premiar os melhores trabalhos propostos. A Escola da APEL participou neste projeto com os Alunos correspondentes André Branco, Sara Belbut e Pedro Pestana e, no concurso #grandeideia, com alunos Pedro Afonso (2º lugar na categoria de Conto), Amanda Phelps (Fotografia), Cláudia Dantas (Poesia), Ângela Caires (Ilustração), Andreia jardim (Investigação Histórica), Isabel Ribeiro (Vídeo) e Carlos Pinto (Vídeo). Todos receberam prémios monetários pela participação, na forma de Vouchers, que poderão ser utilizados no Centro Comercial LaVie Funchal, patrocinador do concurso.

      

   

A Escola da APEL agradece aos Alunos pelas suas contribuições e pela dedicação ao projeto, agradece aos Professores João Carlos Costa e Filipe António pela ajuda e orientação prestada aos alunos, agradece também à Secretaria Regional de Educação pelo apoio incansável dos responsáveis do “Ponto e Vírgula” e por ter tido em conta a Escola da APEL, que participou, pela primeira vez, neste suplemento do Diário de Notícias da Madeira. Para o ano cá estaremos para a III Edição!

Vale a pena ler! Do Aluno Pedro Afonso dos Santos da Turma 12º A2 de Ciências e Tecnologias

“Que nem filme”

Alberto acreditava que a sua vida seria presa ao campo. A mesma coisa. Todos os dias. Pois bem, como sempre, chegou o dia em que a exceção destruiu a regra.

Era talvez começo da primavera, talvez final do inverno, o certo é que as flores eclodiam amarelas. Alberto deambulava pelas pastagens (que nasciam verdes) quando, como por um milagre (que de milagre não teve nada!), encontrou um carro. Sim, um carro! Não havia muitos na altura. Estava atolado na lama. Tinha chovido, e a terra parecia um pântano. Sem crocodilos! E quem o empurrava? Uma mulherzinha – jovem (!) e não simplória! Ora, Alberto, cavalheiro como todos, deixou logo de fazer nada e correu...
“Entre e acelere!” Alberto arregaça as mangas, acopla as mãos à traseira do carro e empurra. Rrrrr...rrrr... As veias saltam-lhe dos braços ... a cara fica vermelha! Vrom!... E o carro começa a marcha. Rápido. Não acaba aqui. O carro faz meia volta, volta pra trás, e, de janela baixa, volta a falar-lhe. “ Joana.” “Alberto.” Ele olha-a: cabelo curto, loiro,..., batom vermelho. Não. Não tinha vestido branco esvoaçante que nem Monroe. Era creme, esse, o vestido!... Ela olha-o: cabelo curto, castanho,..., batom... não, não tinha batom! Mas tinha camisa branca! De linho. Acabaram de se apaixonar!
Mas e agora?! Menina de cidade com rapaz de campo? Filha de boa família com herdeiro... de um pedaço de terreno? Não era boa combinação. Nenhum deles se importou. Principalmente Alberto. Namoriscam durantes dias. Noivaram em semanas. Vivem aquele amor que só se vê nos filmes. E não, não era platónico! Era tudo menos isso. Foi vivido ao extremo. Cada beijo beijado ao segundo. Cada abraço abraçado ao minuto. Cada olhar olhado à hora. Era amor. Que há mais a dizer?
Depois de votos trocados, numa igreja quase vazia, fizeram-se à estrada. No carro, sim, o mesmo. Rumaram sem rumo até encontrarem o que buscavam. Uma casita branca, rasteira e de vizinhança pacífica (nem a havia!). Servia! Não era palácio, nem muito menos palheiro, mas era uma casa. De alicerces pesados, afundados na terra. Acomodaram-se e começaram a viver a dois. Mas logo nasceu o primeiro... Nasceu o segundo... Não nasceu um terceiro. Por entre birras e choros, amavam-se. E fizeram crescer os filhos. Saudáveis. Educados. Adultos.
Os filhos saem de casa. Vão viver vidas, paixões. E ficam os dois velhos, arcaicos, sozinhos em casa. Numa casa enorme outra vez. Cuidam-se um do outro e continuam a amar-se. Nunca deixaram de o fazer. Até ao dia em que se deitaram juntos. Adormeceram mas não acordam.

Escuridão. Vermelho. Laranja. Amarelo. Clarão! Alberto levanta as pálpebras e vislumbra as folhas verdes tremelicantes. Vê um melro-preto a voar-lhe por cima. Vê o céu azul. Acorda de um sono longo. Acorda de um sonho espetacular! Fora só um sonho. Levanta-se e espreguiça-se.
Volta o caminho para casa e, qual é o seu espanto, vê ao longe um carro atolado na lama. Encontra uma rapariguita de cabelo curto, louro...
Que nem filme! Ou melhor: Que nem sonho!

Fonte: Facebook da Presidência do Governo Regional https://www.facebook.com/pg/madeira.gov.pt/photos/?tab=album&album_id=1349772718437380

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